segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Assaltado no centro de Porto Alegre

Numa esquina em frente a rodoviária da capital, na saída do metrô, estava um rapaz de 1,80m, loiro, e não mal vestido.
Eu caminhava sozinho, mas estava acompanhado de um monte de pedestres que circulavam por ali naquele horário (13h30). Ao passar pelo garoto, eu já dobrava a esquina quando ele disse "Ei garoto!". Eu não parei e nem olhei, mas ele me segurou e me colocou contra a parede, olhando pra ele. Seus olhos eram vermelhos, como se estivesse sob o efeito de algum tipo de droga.
As pessoas passavam por nós mas nada acontecia, ninguém ajudava. Talvez ninguém sabia o que acontecia. Talvez fosse uma discussão de 'rapazes', ou talvez poderia ser um assalto. Sei lá o que pensava quem passava por nós.
No bolso esquerdo eu tinha meu celular, meu cartão de crédito e meu cartão de passagens escolares. No direito eu tinha
R$22,00 reais e minhas chaves da casa. No braço eu tinha um relógio que eu acabava de retirar da assistência técnica que ficava na metade daquela quadra, de onde eu acabara de sair.
- Você não me ouviu quando eu te chamei? - disse o rapaz. - Eu quero uma moeda pra tomar um café.
Até então não parecia um assalto, apesar de não estar gostando nada da situação. Puxei o dinheiro pra dar para o garoto, mas ele pegou tudo.
- O que mais você tem aí? - ele perguntou.
Mostrei meus cartões e minhas chaves, e foi aí que ele reparou no relógio.
Enquanto eu passava o relógio vinha em minha memória as poucas semanas de uso, e a compra do relógio com meus pais me levando para escolhê-lo na loja no dia do meu aniversário.
Como um piloto automático, mesmo ele não tendo visto e nem percebido o celular ele disse "me passa o celular".
Entreguei tudo o que tinha, pois apesar de não ver ele se dizia armado com uma faca.
Ao obedecer o seu comando de continuar andando pela esquerda sem olhar pra trás enquanto ele voltava pela direita eu contei até cinco e voltei.
Observei que a rua continuava movimentada e que ele andava tranquilamente pela rua. A cinco metros dele (talvez mais ou menos) eu gritei apontando "SOCORRO!!! PEGA LADRÃO!"
Todos pararam e olhavam, ninguém sabia quem era o ladrão. Quem chegava perto parava e olhava. Parecia até que as pessoas desconfiavam que o ladrão era eu e que o que eu estava fazendo era um truque para roubar alguem inocente.
"Você de vermelho acabou de me roubar. Pegou meu relógio e meu celular. Socorro, me ajudem, pega o ladrão!"
Ele fingia não ser com ele, mas começou a se apavorar, porque todos paravam apesar de ninguém investir contra ele.
Eu lembro que minha voz era de superioridade, alta, brava e de quem exigia tudo de volta.
Me passa o relógio! - eu gritei. - Ele veio para me alcançar e eu continuei. - Não! Não chega perto, JOGA!. - Ele jogou. - Agora me passa o celular. - Ele passou.
No mesmo instante que o meu celular tocou minhas mãos, eu corri, mas corri muito. Muito mesmo.
Devo ter corrido umas seis quadras até que resolvi parar e pedir por um policial. Ao policial pedi por uma Delegacia de Polícia para registrar uma ocorrência, que foi efetivada duas horas após o assalto.

O que senti
Eu senti raiva. Eu tive medo de apanhar. Eu tive vontade de bater nele enquanto ele me assaltava. Eu não queria entregar meus pertences. Se ele não tivesse roubado meu relógio, eu talvez não faria o que fiz. Tudo o que eu não queria era perder o presente que ganhei dos meus pais.

A segurança
No centro de Porto Alegre há vários policiais fazendo a segurança da região. Mas ali aonde eu fui assaltado não havia nenhum. Depois que corri, parei e encontrei o policial, até as 10 quadras que eu caminhei até uma DP, devo ter contado uns 8 policiais. Uma nota para a segurança seria 9. Poderia ser um 10 caso tivesse um policial perto de onde fui assaltado. Mas para que isso ocorra, as vítimas de assaltos devem fazer o BO.

O Boletim de Ocorrência
Muitas vítimas de assaltos não fazem o BO, o que é errado. O BO é a única maneira que os policiais tem de saber aonde os assaltos costumam ocorrer. Eu talvez tenha sido assaltado porque todas as vítimas naquele local não fizeram o BO. Logo a polícia não sabe da ocorrência de assaltos naquela região e portanto faltou segurança naquele local.

Aos que moram em Porto Alegre
Fiquem atento na rua da Conceição, esquina com a Julho de Castilhos. O assalto ocorreu ali após ao meio dia, em frente a uma igreja na saída do metrô. O rapaz parecia ter 1,80m, magro, branco, de cabelo curto loiro.



2 comentários:

  1. Nossa... Que sufoco hein amigo! Que bom que vc está bem... Até eu fiquei com raiva quando fui assaltado uma vez.. Foi péssimo! Imagino como vc está! Grande Abraço!

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  2. No início pensei que era conto erótico... rsrs
    Olha, já passei por algo semelhante e sei bem que sensação é essa.
    O jeito é ficar esperto e tomar cuidado, pois não sabemos do que o desgraçado é capaz de fazer.
    Abraços

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